Por Lucas Memória
Qual meme cearense é o melhor? A drag queen Emma, alter ego do artista Everson Alcântara (25), para evitar dúvidas, estuda todos e faz versões super criativas para seus perfis, que já acumulam mais de 42,2 mil seguidores. Entre os admiradores famosos, a atriz Kéfera e a cantora Pabllo Vittar.
“Eu amo quando vejo um vídeo e me empolgo para fazer. Já sei que vai sair bom”, afirma Emma, sobre o processo criativo. “Eu tento não me basear no vídeo, ouço a voz e imagino como seria eu me comportando naquele momento”, completa.
Entre as performances que mais receberam engajamento, a drag queen fica em dúvida entre uma reportagem sobre uma “falsa dupla Patati Patatá”, da Bahia, e outra a versão para o áudio de WhatsApp gravado pela vendedora Danúbia Pinheiro, convidando uma amiga para beber no “Varandão”, bar localizado na avenida Osório de Paiva, em Fortaleza, que também fez bastante sucesso.
O sucesso na internet já trouxe reconhecimento entre os artistas que Everson admira. Ele comemora, mas lamenta a desvalorização com a arte drag no Estado. “Já faço drag há mais de três anos e ganhar dinheiro com isso é muito difícil. Infelizmente não somos tão valorizadas como deveríamos ser. Tem locais que querem pagar cinquenta reais para a gente chegar bem produzida e tocar, em média, por duas horas. Então já viu, né? Fazemos por amor”, desabafa.
Diante da desvalorização, a liberdade para expressar sua arte é o que a motiva a seguir com a carreira. “É incrível. Quando ‘os de casa’ não apoiam, ‘os de fora’ apoiam. Tenho seguidores maravilhosos que sempre me mandam mensagens pedindo para eu nunca desistir. E isso não é algo que penso em fazer. Eu amo fazer drag”, conta.
“Quanto mais público você alcança, mais se empolga para continuar fazendo. Além de levar entretenimento, serve de molde e inspiração para quem sonha em colocar uma peruca na cabeça em um país tão homofóbico. Fazer drag no Brasil é um ato político”, finaliza.