Maria Clara Spinelli fará história ao interpretar a primeira protagonista trans de uma novela no remake de “Elas por Elas”, programado para estrear em 25 de setembro na faixa das 18h da Globo. A atriz de 48 anos também assume seu primeiro papel principal na emissora, e seu entusiasmo é notável.
“Estamos empenhados nesse trabalho com uma dose extra de amor, com o propósito de entregá-lo ao público e ao universo”, compartilha a atriz. “Minha esperança é que essa dedicação se manifeste na tela e que nosso trabalho ressoe nos corações das pessoas. Desejo que o público se apaixone por Renée, assim como eu já me encantei por ela.”
A trama gira em torno de Renée, uma mulher trans que leva uma vida plena ao lado de seu marido Wagner (César Mello) e seus enteados Vic (Bia Santana) e Tony (Richard Abelha). A família é proprietária de uma padaria em Niterói, onde Renée prepara sonhos – os doces – que são disputados pelos clientes.
Renée é parte de um grupo de amigas que, após 25 anos, se reencontra para reavivar a amizade da adolescência. Adriana (Thalita Carauta), Carol (Karine Teles), Helena (Isabel Teixeira), Lara (Deborah Secco), Natália (Mariana Santos) e Taís (Késia) a conheceram antes de sua transição de gênero, proporcionando muitos tópicos para conversa.
Entretanto, a vida de Renée não será sem desafios. De acordo com a sinopse, seu marido Wagner desaparecerá, levando consigo as economias da família. Renée precisará criar os enteados por conta própria, e a falta de recursos a forçará a fechar a padaria. Sua irmã, a personal trainer Érica (Monique Alfradique), será sua única aliada.
Por outro lado, Edu (Luís Navarro), o cunhado de Renée, se mostra como uma fonte constante de atrito. Com atitudes transfóbicas, ele faz comentários preconceituosos sobre ela sem qualquer inibição. Apesar disso, a personagem está determinada a superar as adversidades.
Na novela original de Cassiano Gabus Mendes, exibida pela Globo em 1982, a personagem correspondia a Carmem, interpretada por uma mulher cisgênero, Maria Helena Dias. Carmem era casada com o extrovertido Rubão (Ivan Cândido), que morre, e então descobre estar apaixonada pelo cunhado, Renê (Reginaldo Faria).
A nova versão é assinada por Thereza Falcão e Alessandro Marson, com direção artística de Amora Mautner. Eles enfrentam o desafio de adaptar o enredo para a contemporaneidade, incorporando diversidade de gênero, orientação sexual e racial ao folhetim. Um exemplo é a presença do ator negro Lázaro Ramos como Mário Fofoca, o detetive aloprado anteriormente vivido por Luís Gustavo, um homem branco, na versão original.
Com informações da Folha de SP.