Governo Eduardo Leite: Avanços para pessoas LGBTQIA+ contrastam com política neoliberal

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Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini

Por Thiago Marinho e Rafael Mesquita

Na última segunda-feira, 26, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), tornou-se alvo de discussões nas redes sociais, mas desta vez não apenas por sua orientação sexual assumida publicamente ou os embates políticos locais. O influencer Erick (@erickcfilho) chamou a atenção para as ações que Leite realizou em prol da comunidade LGBTQIA+, revelando um lado do político que vai além de seu perfil partidário.

A constatação chamou atenção aos olhos mais desatentos e lançou outra demanda, que é analisar essas ações à luz de sua postura política mais ampla, que tem sido marcada por visões neoliberais.

Dentre as iniciativas voltadas para as pessoas LGBTQIA+, destaque para o Programa Assistir, lançado por Leite em 2021, que destinou recursos para instituições e municípios do Rio Grande do Sul oferecerem todo o processo transexualizador.

Além disso, o governador inaugurou ambulatórios especializados em saúde LGBTQIA+, ampliando o acesso a serviços desde psicólogos até hormonioterapia. O estado também foi pioneiro ao instituir cotas para pessoas trans e travestis em concursos públicos e contratações diretas por meio de um decreto assinado por Leite.

Outras ações relevantes incluem a criação da primeira Delegacia de Combate à Intolerância do Rio Grande do Sul, especializada em crimes de racismo, homofobia e injúria qualificada, e a implementação da Coordenação de Diversidade Sexual no governo do estado.

Leite também elaborou o Decreto que criou a Rede Estadual de Proteção à População LGBTQIA+, com o objetivo de implementar políticas públicas destinadas a essa população em parceria com os municípios.

No entanto, é fundamental observar que essas ações positivas devem ser analisadas dentro do contexto mais amplo da postura política de Leite. Historicamente alinhado ao neoliberalismo, o governador tem defendido privatizações e adotado medidas pouco efetivas na contenção da pandemia, assim como o presidente Jair Bolsonaro. Além disso, críticas têm sido direcionadas à sua política de destruição do sistema de ensino público no estado.

As alianças do governador também são bastante controversas. No seu atual mandato, nomeou Mateus Wesp (PSDB) secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul. Porém o político tem em seu histórico projetos e declarações consideradas LGBTQIA+fóbicas. Wesp apresentou projetos que banem o uso da palavra “gênero” em escolas, quando era vereador de Passo Fundo em 2017 e deputado estadual em 2020. Em 2019, fez publicações nas redes sociais em que critica a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que criminalizou a homofobia.

Apesar das críticas e ressalvas sobre sua postura política, é indiscutível que Eduardo Leite tem desempenhado um papel importante em promover ações e políticas inclusivas para a comunidade LGBTQIA+ no Rio Grande do Sul.

Fazendo história

O engajamento do governador nesse sentido merece ser reconhecido. Inclusive, hoje (30/06), uma foto compartilhada por Eduardo já entrou para história das pessoas LGBTQIA+ no Brasil.

Leite e seu namorado Thalis Bolzan recepcionaram, no Palácio Piratini, o presidente Lula e e a primeira dama Janja da Silva. É a primeira vez que um casal homoafetivo no comando de um Executivo estadual recepciona o presidente da República e a sua esposa.

Foto: Reprodução/Twitter de Eduardo Leite

“Eu e o Thalis recebemos Lula e Janja para almoço no Palácio Piratini com ex-governadores gaúchos e nossas equipes. Vamos conversar sobre projetos e soluções para o Rio Grande do Sul e o Brasil”, disse o governador.

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