Fenômeno cultural e copa do mundo das LGBTI+, o reality show “RuPaul’s Drag Race” voltou mais político na 12ª temporada, que estreou na noite de ontem (28/02). Já na abertura, Mama Ru disse: “Cansado da política de sempre? (…) Filie-se ao RuPaul’s Drag Race!”
Em meio à eleição presidencial dos EUA deste ano – um país onde não é obrigado votar – o programa aposta na sua incrível influência para envolver o seu público politicamente. Além de todas as roupas brilhantes e performances atrevidas, a competição será marcada por muito ativismo.
O começo do reality teve até The Vivienne imitando Donald Trump. Tanto lá, como cá, para a maioria da comunidade queer, é tempo de dizer #EleNão. Presidente de uma das maiores potências mundiais, Trump é responsável por ataques e retrocessos impostos à população LGBTI+, como a negação de vistos para parceiros de diplomatas gays e a inviabilização do trabalho de pessoas trans em escolas públicas americanas.
Tema das fotografias de divulgação, do trailer e de boa parte do primeiro episódio, a música “American” destaca o patriotismo que tomou conta da atração.
“I am American, American”, diz a letra do single de 2017, do décimo primeiro disco de RuPaul. A canção apoia-se em uma mensagem de força e positividade para enfrentar as mudanças políticas impostas pela Era Trump.
Podemos esperar que os desafios – e até os juízes convidados – sejam muito políticos nesta temporada da Drag Race. Inclusive, a política e ativista americana Alexandria Ocasio-Cortez, que é uma forte opositora do atual presidente, fará uma aparição no júri.
Como disse Ru, após as eleições de 2016, “é de se esperar que as drag queens sejam parte fundamental de embate quando se pensa em um mundo que cada vez mais alinha-se a um pensamento conservador e retrógrado”.
Ao final do episódio, que apresentou as sete primeiras concorrentes, as queens levantaram cartazes com a frase: “Registre-se para votar” e o site da sistema eleitoral estadunidense.