Imperdível: Documentário aborda representatividade trans no entretenimento

A Netflix liberou ontem (26) "Revelação", filme sobre a participação de pessoas transexuais nas diversas telas

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Banner de divulgação. Fonte: Netflix.
Por Jefferson Cândido Sampaio
Edição: Rafael Mesquita
Estamos chegando ao final do mês do orgulho e, embora o cancelamento das paradas e festividades do orgulho devido à pandemia tenha sido decepcionante, também foi uma ótima oportunidade para refletir sobre a “queer history”.
Uma maneira de fazer isso, foi acompanhando lives, séries, filmes e documentários. Nesta perspectiva, a Netflix lançou ontem (26) o documentário “Disclosure: Trans Lives on Screen” – “Revelação”, título dado em português.
O longa, de Sam Feder, que estreou originalmente em Sundance, em janeiro, antes de ser comprado pela empresa de streaming, traz um retrato de pessoas trans que batalharam por trabalho em Hollywood.
O documentário segue um formato que lembra The Celluloid Closet, de 1995, um filme sobre representações de gays e lésbicas na tela e recortado por imagens de arquivos da TV e por entrevistas com atores trans, produtores, escritores e ativistas atuais.
Laverne Cox (de “Orange is the New Black”) e Jen Richards (de “Tales of the City”) estão entre as entrevistadas. Séries como “Sense8”, “Tales of the City”, “Pose” e “Glee” são celebradas, além de filmes como “Uma Mulher Fantástica” e “Tangerine”.
Em menos de duas horas, a produção consegue cobrir questões como interseccionalidade, obsessão da sociedade por corpos e cirurgias trans, trabalho sexual, narrativa da vítima, apropriação da cultura de salão, vida furtiva e 400 outras coisas.
Em vez de fazer as pessoas se sentirem culpadas ou mal por gostar dos filmes criticados no documentário, os entrevistados explicam o que exatamente está errado com os retratos de pessoas trans ao longo da história do cinema e como o que acontece na tela pode ter um efeito duradouro e prejudicial.
O fato é que, normalmente, as pessoas trans não devem ter o fardo de educar todos os outros, nem precisam fazê-lo de uma maneira que conforte a culpa dos outros, mas funciona em Revelação. Em vez de um fardo, parece mais uma oportunidade bem-vinda de falar sobre a história da representação trans e usá-la como veículo para destacar questões que as pessoas continuam enfrentando hoje.
Sem mais spoilers, Revelação é uma pedida obrigatória para quem procura aprofundar o conhecimento sobre questões trans e representação transexual na mídia – tá ligada, J.K. Rowling!?

Assista ao trailer

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