Participe: Antra faz mapeamento de candidaturas de transexuais e travestis

A pesquisa também foi realizada nos anos de 2014, 2016 e 2018, buscando acompanhar o acesso de travestis, mulheres trans e homens trans a cargos públicos

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Foto: Divulgação/Parada SP

A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) lança, pelo quarto pleito seguido, o mapeamento das candidaturas de travestis, mulheres transexuais, homens transexuais e demais sujeitos trans.

O levantamento busca acompanhar o processo de fortalecimento da participação política e eleitoral desta população, assim como apoiar e garantir o direito pleno destas pessoas de se candidatarem.

Para responder à pesquisa e adentrar ao cadastro, basta clicar aqui e preencher as 30 perguntas feitas pela Associação em 2020. A instituição afirma que todos os dados coletados são confidenciais e restritos. Atenção: O cadastro é exclusivo para pessoas trans candidatas.

Avanços recentes

Na última eleição municipal, em 2016, a Associação contabilizou 80 candidates, sendo 8 mulheres transexuais e travestis eleitas, representando 10% de todos os postulantes. Jordana, Shirley Costa, Brenda da Silva, Pamela Volp, Isaias Martins, Andressa Sales, Tieta e Katia Ross são os nomes das representantes da comunidade que deram, com a conquista do apoio popular pelo voto, este importante passo para assegurar os direitos LGBTI+ na política.

Erica Malunguinho, mulher trans e negra, foi eleita deputada estadual em São Paulo com 55.223 votos, sendo a primeira mulher trans a ocupar o cargo de deputada estadual. Foto: Divulgação

Já nas eleições de 2018, foram lançadas 53 candidaturas – o maior o número da história das eleições nacionais, de acordo com a Antra. Neste pleito, três deputadas estaduais trans foram eleitas, sendo uma delas, Erica Malunguinho (PSol), a primeira pessoa transgênero a ocupar, nominalmente, a cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo. Além dela, Robeyoncé Lima (PSol) garantiu vaga no parlamento estadual de Pernambuco,através da mandata coletiva Juntas, que tem Jô Cavalcanti como a representante legal das cinco componentes, e Erika Hilton (PSol), que se co-elegeu como integrante da Bancada Ativista, composta por políticos ligados às pautas de diversidade, feminismo e movimento negro e representada formalmente pela jornalista Mônica Seixas.

2018 também foi marcado pela conquista do direito ao registro das candidaturas de pessoas trans com o nome social, fato que reafirma a importância da luta da incessante do movimento de travestis e transexuais.

“É muito bom poder ver o grandioso número de candidaturas trans pelo Brasil afora, muitas motivadas pela últimas campanhas eleitorais onde a população esteve no centro do debate. Sem desmerecer candidatos que empunharam essas bandeiras, a população trans resolveu ir pra disputa de fato e defender a sua existência, sim, pois sair candidata e candidato nessa atual conjuntura, mais do que defender plataformas políticas, é defender o direito à vida”, comentou a Antra na divulgação do levantamento.

Por Igor Thawen, especial para o Mídia Queer
Edição de Rafael Mesquita

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