Ícone negro: Escola de sampa Tom Maior homenageia a travesti Madame Satã

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A Escola de Samba Tom Maior, que desfilou na noite de ontem (21/02) no grupo especial de São Paulo, trouxe para a avenida o enredo “É coisa de preto” e exaltou diversas personalidades negras. Entre as figuras destacadas, a vereadora LGBTI+ Marielle Franco, executada em 2018, e Madame Satã, que, segundo relatos biográficos, foi a primeira travesti artista do Brasil.

Na ala em homenagem à artista carioca, foi realizada uma crítica à repressão policial contra mulheres, pessoas negras, LGBTIs e outros grupos oprimidos. Considerado o setor mais impactante da Tom Maior, segundo a jornalista Victoria Abel (que gravou o vídeo desta postagem), nas imagens temos a representação de travestis, transexuais, outros artistas da noite e prostitutas. “Uma homenagem a Madame Satã e todas as prostitutas e LGBTs do país”, disse Victoria.

O samba da escola já colocava na letra que negros, pobres e LGBTI+s, assim como Madame Satã, podem, com coragem e inconformidade, construir a “liberdade, fazer da resistência uma nova verdade” (G.R.E.S. Tom Maior / Samba-enredo 2020).

Em um dos momentos mais fortes, quando era cantada a frase “lutar, é preciso lutar por igualdade”, a bateria parou e os ritmistas e outros integrantes levantaram o braço com o punho fechado. O gesto simboliza resistência e solidariedade em movimentos como o “black power” surgido EUA.

Tirando pelo início, o carnaval 2020 deve ser marcado por grandes protestos. Não é para menos. A conjuntura demanda.

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