Em São Paulo, maior Parada LGBTQIA+ do mundo reivindica políticas de assistência social

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Foto: Edson Lopes Jr. / SECOM da Prefeitura de São Paulo

A necessidade de proteção social básica, a celebração do orgulho e o reforço da luta política marcaram o evento

O evento, que já entrou para o Guinness Book como o maior do mundo, chegou a sua 27ª edição neste domingo (11). Centenas de milhares de pessoas ocuparam toda a extensão da avenida Paulista para participar da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo. Organizada pela Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, a passeata histórica busca a reivindicação de direitos, promove a visibilidade e celebra a diversidade, com ações políticas e afirmativas.

Neste ano, o tema foi “Políticas Sociais para LGBT+, queremos por inteiro e não pela metade”. A temática denuncia que a proteção social básica, direito de todas as pessoas, não abarca todas as famílias LGBTQIA+ e as vítimas da LGBTQIAfobia. No manifesto, a Associação da Parada lembra aponta as debilidades do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), tendo em vista que a maior parte dos seus planos, programas, projetos, serviços e benefícios são disfarçadamente direcionados às famílias e indivíduos cisgêneros e heterossexuais.

“Presente em todo o Brasil, o SUAS deveria garantir a proteção social aos cidadãos, prestando apoio a indivíduos, famílias e à comunidade no enfrentamento de suas dificuldades por meio de serviços, benefícios, programas e projetos. No entanto, mostra-se fragilizado quando se trata do público LGBT+”, diz o manifesto da 27ª Parada.

Diferentemente dos últimos anos, em que a pauta da mobilização focou o enfrentamento do conservadorismo político, o combate ao bolsonarismo e a denúncia da violência, a pauta da atividade ganhou caráter essencialmente propositivo, oportunidade colocada pelo início do Governo Lula, que tem se colocado programaticamente favorável ao debate de temas LGBQIA+.

Sendo assim, diversas figuras do governo, como o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e a secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat, marcaram presença e discursaram no evento.

Em discurso enfático, Almeida referendou as demandas colocadas na Parada: “O que se reivindica aqui é poder fazer parte do povo brasileiro, é poder ter acesso aos direitos e aos serviços públicos de qualidade”, destacou. Já Larrat defendeu que o governo Lula esteja junto com essa população “comprometendo-se a construir as políticas sociais que ajudam a mudar essa realidade”.

Principais reivindicações em relação à assistência social e políticas públicas:

Inclusão e proteção social: Há uma necessidade de políticas e programas que considerem as especificidades e os desafios enfrentados por pessoas LGBTQIA+.

Acesso à moradia: É reivindicada a inclusão de diretrizes e cotas específicas para pessoas LGBTQIA+ de baixa renda nos programas de moradia popular, como o Minha Casa, Minha Vida. A falta de acesso à moradia é um problema enfrentado por muitas pessoas LGBT+ e precisa ser abordada.

Acesso à educação e saúde: A população LGBTQIA+ enfrenta dificuldades de acesso à educação e enfrenta preconceito nos serviços de saúde. É fundamental garantir igualdade de acesso a esses direitos básicos.

Políticas de direitos humanos: A retirada da população LGBTQIA+ das políticas de direitos humanos é mencionada como um problema durante a gestão federal anterior. É reivindicado o fortalecimento das políticas de direitos humanos e o retorno da atenção e proteção aos direitos da comunidade LGBTQIA+.

Gestão participativa e financiamento de políticas sociais: A comunidade LGBTQIA+ reivindica um modelo de gestão participativa, em que o SUAS articule esforços e recursos dos diferentes níveis governamentais (municípios, estados e união) para a execução e financiamento de políticas nacionais de assistência social LGBTQIA+.

Enfrentamento da discriminação e exclusão: É urgente enfrentar a discriminação e exclusão enfrentadas pela comunidade LGBTQIA+. Essa discriminação agrava a situação social das pessoas LGBT+, levando muitas delas a viverem em situação de rua, enfrentarem insegurança alimentar e vícios em drogas.

Festa popular

Além de público de todo o país, shows, festa e muita gente reunida, alguns trios prestaram homenagens ao movimento de luta contra a AIDS e a pessoas históricas do movimento. Entre os destaques, as apresentações de cantoras como Pabllo Vittar e Daniela Mercury, que já são figuras carimbadas na Parada.

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